sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Africa do Sul. Líder da oposição exige investigação sobre financiamento de jornal pelo regime do ANC


Pretória (Canalmoz) – Helen Zille, presidente da Aliança Democrática (DA), principal partido da oposição na Africa do Sul, instou o chefe de Estado sul-africano, Jacob Zuma, a instaurar uma comissão de inquérito judicial para se investigar as despesas do governo para com o jornal «The New Age». Zille alega que este jornal “é financiado quase na totalidade pelos governos do ANC a nível nacional e provincial”. O regime do ANC deu instruções a empresas públicas como a transportadora aérea, SAA, e a Eskom, para que canalizassem publicidade para o «The New Age». 
A SAA adquiriu um número excessivo de exemplares do «The New Age» para distribuição gratuita nos voos domésticos e internacionais da transportadora.
Desde Dezembro de 2010, o «The New Age» recebeu pelo menos 64,6 milhões de randes (aproximadamente 211 milhões de meticais) do governo sob a forma de publicidade e patrocínio de actividades organizadas pelo jornal, propriedade de Atul Gupta, um empresário com conhecidas ligações a Zuma e ao ANC. Entre Dezembro de 2010 e Outubro de 2012, a Eskom despendeu 4,387,096 de randes (cerca 14,3 milhões de meticais) e a SAA 1,281,120 de randes ( mais de 4 milhões de meticais), especialmente em publicidade encomendada ao «The New Age».
A líder da oposição comparou as relações entre o regime do ANC e o «The New Age» ao escândalo de informação durante a era do apartheid quando John Vorster era primeiro-ministro. O governo de Vorster financiou o lançamento do jornal «The Citizen» e do semanário «To The Point» como forma de apoio ao regime do apartheid, o que incluía a promoção de interesses económicos de empresas públicas sul-africanos, designadamente a transportadora ferroviária, South African Railways (SAR), em países vizinhos como Moçambique.
O regime da Frelimo beneficiou de apoios da SAR a partir de 1977, ano em que expirou o contrato de pessoal dos portos e caminhos de ferro moçambicanos, assinado entre Moçambique e o Estado português por altura da Independência.  As relações entre a SAR e o regime da Frelimo, incluindo a expansão do ramal ferroviária Maputo-Komatipoort beneficiaram da ampla cobertura da comunicação social a soldo do regime do apartheid. Eschel Rhoodie, figura chave do escândalo da informação do apartheid, chegou a entabular negociações com entidades ligadas ao regime da Frelimo tendo em vista fornecer equipamento e outros meios a órgãos de comunicação social moçambicanos, mormente a Rádio Moçambique, AIM e “Notícias”, na expectativa destes pilares do aparelho de propaganda do governo de Maputo adoptarem uma “linha moderada” para com a política de desanuviamento encetada por John Vorster na sequência do golpe de Estado de 25 de Abril de 1974. (Redacção)

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